23.2.07

Sí, sí, pero que no

Infelizmente o ferido acabou... Foi bom enquanto durou (e olha que durou!). Depois de cinco dias só curtindo a mordomia é hora de cair na real e voltar ao trabalho e à faculdade também.

Sábado e domingo fizemos um passeio em família que há muito não tínhamos. Como bons consumistas fomos a Santana do Livramento e obviamente à Rivera. Foram dois dias de muitos risos, muitas fragrâncias, muito portunhol proposital, muitas sacolas...

Seguem algumas considerações sobre o passeio dos marinheiros de primeira viagem.


Estrada sem fim


A viagem é longa e digamos que monótona. As paisagens são bonitas mas repetitivas. A estrada não tem fim (quando se pensa que atrás de um “retão” vai se encontrar um vestígio de civilização, aparece mais estrada).
Depois dessa entendi um pouco do que passam os caminhoneiros. Dá um soninho...






Devagar quase parando


O hotel em que nos hospedamos era bem confortável e perto das “compras”, o que é mais importantes. O único problema é que o pessoal de lá é muito lerdo.

Para levar um papel higiênico até nosso quarto demoraram cerca de 20 minutos. Mas o pior não foi isso.

Na noite de sábado resolvemos jantar no restaurante do próprio hotel. Pedimos três pratos, desses cheios de nomes frescos, para nós quatro, já que a mãe e eu estamos de dieta e comemos pouco.

Com a demora para servir os tais pratos, eu acabei perdendo a fome. Quando chegaram as refeições vi que não dava pra dividir e nenhuma delas me “apeteceu”. Resolvi então pedir uma sopinha, que a meu ver seria rápido já que seria necessário apenas dar uma esquentadinha.

E o povo jantou, papeou, papeou mais um pouquinho e nada da minha sopa. De cinco em cinco minutos o pobre do garçom vinha à mesa pedir desculpas e informar que em mais cinco minutos a sopa estaria pronta. Mais cinco minutos e ele vinha contando que tinham vários pedidos na minha frente mas que ele tinha dado um jeitinho de passar a minha sopinha na frente. Até que ele aparece com uma sopeira de inox na mão e para minha felicidade ele vinha em minha direção.

Quando ele abriu a tal sopeira eu dei de cara com uns "capeletis" boiando. Mas a minha sopa era de ervilha!? O garçom ficou com uma cara de tacho, pediu desculpas e saiu à procura do cliente do capeletti. Mais uns dez minutos e enfim apareceu a minha sopa de ervilha. Eu só me lembrava da sopa que a minha mãe sempre faz, já estava sonhando com ela.

Quando o rapaz apareceu e abriu a tal sopeira nos deparamos com um creme verde limão que não parecia nenhum pouco apetitoso.

Todos se olharam e fizeram uma cara de “tu vai comer isso”. Aquela altura da noite, depois de esperar quase uma hora por uma sopa, eu comi bem feliz, jurando que ia demorar tanto para comer aquela sopa que eles não conseguiriam fechar o restaurante no horário costumeiro.

Quem dera, não consegui me “vingar”. Eu estava com tanto sono que acabei comendo minha sopinha e indo dormir.

Mas uma foto da sopa radioativa eu não pude deixar de tirar, né!?


Cuánto cuesta?

Nós brincamos tanto com nosso magnífico “portuñol” durante as semanas que antecederam a viagem que na hora fiquei com vergonha de perguntar quanto custava um tal chá. Na verdade o vendedor me pegou de surpresa, eu não esperava que ele ia me abordar daquele jeito. Daí eu larguei um “Cuánto cuesta” bastante encabrunhado e saí de fininho...


Pomelo? É de comer?

O almoço de domingo foi diferente. Nada de garçons brasileiros patetas. Fizemos nossa refeição em um restaurante uruguaio.

Pedimos dois entrecot com guarnición e uma ensalada multicolor. Traduzindo: dois a la minuta sem feijão e uma salada com batata, cenoura, vagem, beterraba, palmito, queijo, alface e azeitona.

Na hora de pedir a bebida quando iríamos largar um “cueca-cuela” o garçom nos ofereceu um refrigerante de pomelo. Capaz que eu não ia pelo menos experimentar, né!?

E sabe que o negócio é bom! Fabricação da Coca-cola (ou em espanhol “cueca-cuela”, rsrsrs), feito à base de pomelo, uma fruta cítrica parecida por fora com uma goiaba e por dentro com uma laranja, dessas frutas que a gente só encontra nos livros de espanhol sabe?!


Nada criativos

Sabe que foto de turista é sempre igual. Pelo menos nos marcos históricos das cidades visitadas. Como não podia faltar tiramos uma fotografia na praça internacional, bem na divisa entre Brasil e Uruguai.

Depois de tirar todas as fotos em família resolvi tirar uma última foto, dessas que a gente vira a câmera, aponta pro nada e seja o que Deus quiser.

Foi nessa hora que uma menina de no máximo doze anos puxou assunto comigo. Eu já tinha notado a presença dela em todas as fotos anteriores (vai me dar um trabalhão no photoshop) mas ela ainda não tinha nos abordado.

Pois bem, tinha que ser logo comigo?! A menina mais me confundiu do que conversou. Eu disse para ela que era brasileira (se é que não deu para notar pelo meu português perfeito, rsrsrs) mas mesmo assim ela me perguntava se eu era colorada ou branca. Até eu entender que esses eram os dois partidos uruguaios, xiiiiiiiiiiiiiii.

Tadinha dela...como eu ia explicar que não dou bola nem para os partidos daqui quanto mais para os dos uruguaios que eu nem conheço.

Nem lembro o que respondi para ela. Sei que por fim ela me perguntou se eu tinha “real”. Eu disse que no Brasil o nosso dinheiro era real e ela me pediu. Tive que lembrá-la que no início de nossa conversa eu já tinha dado a moedinha que tinha no bolso e que por acaso era em real.

O mais interessante foi que a menina me perguntou quinhentas coisas como se eu fosse uruguaia e como se ela fosse uruguaia também, com o detalhe de que ela era tão brasileira quanto eu. Vai entender. Deve ser a confluência dos dois países. Juro que não perdi a paciência com a meninas. Nem poderia, já que estava na Fronteira da Paz.


Dicionário de sobrevivência em Rivera:


- ¿Cuánto cuesta?
- Descuento
- Regalo
- Gracias

Sabendo essas quatro palavrinhas não precisa de mais nada!




Não me apresente a mãe dele

Em uma loja de artigos tradicionalistas chamada Baguales, enquanto meu pai se divertia vendo facas, cuias (mates) e bombas (bombillas), a Bruna e eu nos divertíamos observando uma cabeça de javali pendurada na parece. Eu estava abismada com a porquice que era a arcada dentária do pobre bicho e com as presas enormes que ele tinha, quando um senhor me disse que esse era “dos pequeños”. Não resisti. Tive que largar um tradicional “Bah” seguido de um “se esse é pequeno imagina a mãe dele”.


Considerações finais:

- Sempre pode haver mais estrada no final da curva ou da lomba. Não desista! Um dia você chega lá.

- Depois de entrar na décima loja de perfumes a gente passa a sentir saudade de cheiro de suor.

- Meio dia em um lugar já é suficiente para absorver o sotaque do povo local.

- Se alguém for a Rivera fale comigo antes. Provavelmente não terei muitas dicas mas quem sabe algumas encomendas.


Valeu a pena! Agora é planejar a viagem de páscoa.


16.2.07

Loading...

Após uma semana sem internet em casa, consegui finalmente publicar algo aqui. Seguem as últimas novidades.

Ainda existem lugares lindos bem debaixo do nosso nariz

No dia 8 de fevereiro fui visitar, a trabalho, o Horto Florestal Barba Negra que fica no município de Barra do Ribeiro (56 Km de Porto Alegre). Esta fazenda é aquela onde as mulheres da Via Campesina destruíram viveiros de eucalipto e um laboratório de pesquisas em março do ano passado.

A fazenda possui 9 mil hectares, ou seja, é imensa. Obviamente não conheci nem 10% dela, mas com certeza visitei um dos lugares mais bonitos que tem por lá.
Essas dunas (fotos ao lado) ficam à beira da Lagoa dos Patos. É um lugar tranqüilo, praticamente protegido da ação do homem, com cheirinho de mar e um ventinho fresco.

A frente existem três ilhas. Um delas, me contaram, foi o último quilombo brasileiro, descoberto quando um navio da coroa encalhou nas proximidades da ilha. Os negros ali refugiados foram todos embarcados no navio e provavelmente vendidos para algum fazendeiro. Em outra ilha conta-se viver um ermitão, que às vezes vai até o continente para buscar algumas coisas.

Aquele morro ao fundo, chamado Morro da Formiga, também faz parte da fazenda. Durante o golpe militar de 1964 ele serviu de posto de observação ao exército que utilizava a localização estratégica para monitorar a entrada e saída de barcos e navios da Lagoa dos Patos e consequentemente do Lago Guaíba (o morro fica exatamente no ponto onde lago e lagoa se encontram). Contam que lá haviam ruínas de um antigo povoado que foram praticamente destruídas pelos militares a procura de ouro. Verdade ou não, fica a dúvida.

O importante é que ainda existe um local tão bonito e preservado (provavelmente por ser de propriedade particular). E não precisamos nem ir tão longe para encontrá-lo.



A parte ruim

A única coisa ruim nessa história toda é ter que colocar aquelas "super confortáveis" botinas. Pelo amor de Deus! Como alguém pode ser feliz calçando um tijolo?

Me senti a Sandra Bullock dirigindo aquele ônibus desgovernado por Los Angeles, só que sem o “pitéu” do Keanu Rives ao meu lado, né? Quem não entendeu assista o filme Velocidade Máxima, mas não precisa alugar porque a Globo passa pelo menos uma vez por mês esse filme, sempre aos domingos. E eu assisto sempre, hahaha.

PS> olha a largura da canela da moça... não lembro agora se canela grossa ou fina que significa "trabalhadeira".



Quem disse que as praias do sul não rendem belas fotos?

A foto abaixo foi tirada no dia 10 de fevereiro, em Atlântida Sul. O sol nesse dia estava de rachar e como sempre eu estava “solita” na beira da praia. Eu, minha canga e meu guarda-sol.

Um pouquinho de criatividade e um celular com câmera e... voalá!





Carnaval? O que é isso?


O carnaval está chegando e com ele a alegria de passar noites e noites sambando, suando, bebendo, se pegando... Realmente eu não nasci para o carnaval. Não mesmo.

Po isso vou fazer um programinha diferente e em família. Vamos a Santana do Livramento e óbviamente à Riveira.

E viva o consumismo!

Na volta conto como foi...

7.2.07

Bom, bom, bom, bom...



Foi assim meu findi. Nada de badalação, nada de atividades espetaculares. Na verdade nada de mais. Nem muita praia... Só fui na manhã de sábado e fiquei tagarelando com a Nicole...Aí fiquei assim: rosada mas com marquinha de biquini.

Findi que vem tem mais! E promete...

4.2.07

Gente chique é outra coisa...

Tem gente que faz de tudo para arranjar uma graninha. Uns porque precisam mesmo, outros porque querem sempre mais e outros ainda porque são sem vergonhas mesmo.

Dentre as inúmeras formas de arrumar um dinheirinho fácil alguns optam por escavar um túnel até o cofre de um banco (eu disse fácil?). Bom, isso eu não vou precisar fazer. Já tenho um banco só pra mim.



Ainda não tem? Morraaaaaaaaa de inveja.

Essa Renata até parece louca...

Boa semana!

Para que servem os mosquitos?

* O texto abaixo foi escrito no dia 29/01 (segunda-feira),mas como estava sem internet ele só foi postado hoje. mesmo assim tá valendo!


Até hoje nunca tinha me perguntado a real função dos mosquitos ao nosso planeta. Sinceramente, não sei para que servem esses bichinhos. Em uma rápida pesquisa na internet não consegui saber nada além de que são animais do tempo do “ariri pistola” (jurássicos) e que podem transmitir várias doenças (isso a gente já sabia).

Mas o que me fez pensar nessas coisas foi o fato de a pessoa que vos escreve atrair tanto a atenção desses bichinhos barulhentos. De sexta para sábado dormi na casa de uma amiga em Novo Hamburgo. A principio achei que a cidade fosse privilegiada por não possuir esses seres ensandecidos por sangue. Depois me dei conta de que as asinhas deles servem mais para fazer barulho em nossos ouvidos quando estamos tentando dormir do que para a locomoção, porque eles não conseguiram chegar até o 12º andar (só se fossem cegonhas!). Resultado: nada de picadas de mosquitos.

Foi chegar em casa no sábado e dar aquela dormidinha básica no sofá que eles já me atacaram. Acho que estavam com saudades, ou com muita fome, sei lá. Ou vai ver que eles me picam só para depois ficar rindo das marcas vermelhas enormes que ficam na minha pele por causa da alergia. Deve ser isso! Esses chatinhos devem fazer concurso de quem deixa a marca maior... só pode. Normalmente fico com duas ou três marcas, mas no reveillon contabilizei 32 picadas. Acabei chegando conclusão de que eles também comemoram a passagem do ano...

Deixando para lá essa minha análise profunda sobre as verdadeiras intenções dos mosquitos para comigo, alguém me responde: para que servem os mosquitos?